
Por: Prof. Israel Boniek Gonçalves
A formação de uma sociedade, é um processo amplo, e envolve vários aspectos das relações humanas, gerando assim muitas teorias concernentes a chamada “evolução cultural e social”. Elas procuram descrever como culturas e povos se desenvolveram e interagiram através do tempo. Embora tais teorias tipicamente forneçam apenas modelos para esta compreensão, os valores de uma sociedade e suas influências são notáveis e sofreram mudanças com o tempo.
A novidade hodierna, em relação as sociedades antigas, fica por conta do novo conceito social entitulado de "aldeia global", criado pelo sociologo canadense Marshall McLuhan. Segundo este conceito, a facilidade de comunicação e a lógica cambial e mercantil reduziu todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia.Ou seja, os padrões sociais são facilmente difundidos, e pela primeira vez na história as atitudes humanas locais podem atingir proporções globais em poucos instantes, difente de tempos passados, em qua nações guerreavam contra as outras e seus efeitos não eram perceptiveis nem em povos vizinhos.
Com o paradigma da aldeia global, os meios de comunicação em massa tornaram-se grandes formadores de conceitos, regendo assim, principalmente no mundo ocidental a gama de princípios morais e éticos que envolvem a vida dos homens.
Essa profunda interligação entre as regiões do globo originou uma poderosa teia de dependências mútuas, promovendo o pensamento humano e seus ideais, por toda a Terra.
A relação: Social-Religiosa na modernidade
A interação entre religião e a cultura dos povos tem sido objeto de estudos e pesquisa já por séculos. No caso particular da fé cristã, esta foi à força formadora de culturas inteiras. Hoje, certamente estamos vivendo uma crise de identidade cristã, provocada pelas mudanças propostas pela modernidade. Primeiramente com o Renascimento e depois com o Iluminismo, vimos às marcas do humanismo cada vez mais individualizado e da substituição da figura de Deus pela figura do homem, ou seja, o homem é o centro do universo, exaltando o racionalismo, o otimismo cultural e a nova regra ontológica de verdade, ou seja, a “Ciência”. Neste âmbito é reafirmado “o homem como medida de todas as coisas” como disse o sofista Protágoras.
Um combate!
Lutero diz que considerado em si mesmo, ou seja, sem o Espírito de Deus, o gênero humano é o reino do diabo, é um caos confuso de trevas e nenhum esforço humano poderá salvar o homem, mas somente a graça e a misericórdia de Deus. Segundo Urbano Zilles, historiador das religiões, a filosofia moderna substitui o tema de Deus, central na filosofia medieval pelo tema homem. Com Descartes, realiza-se um retorno ao modo de filosofar dos antigos filósofos gregos, que ignoram qualquer revelação divina e investigam a realidade do mundo só pela luz natural da razão. Segundo o poeta alemão Goethe, ”A história é combate entre a fé e a incredulidade”
O verdadeiro valor!
Quanto à importância do cristianismo para a formação de uma sociedade, esta pode ser percebida ao observarmos o que ela tem de melhor, quando o testemunho cristão é solidificado na prática pelos seus seguidores, toda a comunidade é beneficiada.
As relações familiares são pautadas pelo Novo Mandamento (Kainê entolê Jo 13,34) que integra todos os tipos de pessoas que se dispõem a amar.
A comunidade social é onde pessoas de origem diversa, de idioma diferente e de cultura própria se integram dentro de uma mesma perspectiva, de uma única linguagem que é a do Espírito Santo (At 2,42-46).
Um Novo Mandamento abarca todas as criaturas, de todas as raças e de todas as proveniências. O caráter e adesão por amor estão acima de qualquer outro conceito.
A opção pelo amor fraterno implica diretamente numa outra opção que é a rejeição ao mal (lJo 1,5-2,28). É passar da treva do mal para a luz verdadeira que é o próprio Cristo.
Acreditar no amor é viver na dimensão de uma nova realidade construtiva, dinâmica que é capaz restabelecer a Luz entre os irmãos.
O amor na nova família é diferente do amor mundano. Nele, os pais têm a responsabilidade primeira, pois a doação deles aos filhos quando pequenos precisa ser a mesma quando estes já cresceram e se tornaram jovens.
Contudo, nas famílias cristãs, além dos aspectos sócio-econômicos há uma preocupação com os valores morais e espirituais, a fim de que a felicidade encontre eco nos corações dos seus moradores.
O princípio cristão é: O amor vence o ódio, e a Palavra de Deus torna seus filhos e filhas vitoriosos.
Prof. Israel Boniek
Diretor pedagógico FAEST